Será que para tudo na vida existem apenas Dois Lados? Direita ou Esquerda, para cima ou para baixo, por dentro ou por fora, caminho certo ou caminho errado, verdade ou mentira? Vamos Trabalhar alguns conceitos, primeiro o que a filosofia chama de falsa dicotomia:
A falácia da falsa dicotomia (também pode ser chamada de falácia de falso dilema, falácia de pensamento preto e branco, ou falácia de falsa bifurcação), descreve uma situação em que dois pontos de vista alternativos - freqüentemente, mas não necessariamente, dois extremos de um espectro de possibilidades - são colocados como sendo as únicas opções, quando na realidade existe uma ou mais opções que não foram consideradas. Exemplo: "Marcos está atrasado para o trabalho. Ou seu carro quebrou, ou dormiu demais. Ligamos para ele e não estava em casa, então seu carro deve ter quebrado." Esse argumento é um falso dilema, pois há muitas outras razões pelas quais Marcos poderia estar se atrasando para o trabalho. Se fosse de alguma forma provado que não há outras possibilidades, então a lógica apareceria. Mas até lá o argumento é falacioso. Fonte Wikipédia.
Costumamos fazer isso imediatamente a qualquer gatilho acionado. Não digo que levamos em consideração ou acreditamos ser verdade, digo que temos a tendência de julgar tudo de acordo com a nossa cultura, com nossos paradigmas¹. O que não significa erro. Qual o problema então?
O problema é se fantasiarmos que nossas idealizações, nossas sinapses infinitamente multiplicadas em situações de adrenalina e estresse² são reais verdades absolutas. Se não cuidarmos nossas emoções tendem a dominar nossa razão e a humanidade só pode ser encontrada no equilíbrio. É você que controla a sua emoção ou a sua emoção que controla você?
O segundo termo é o próprio DICOTOMIA, no sentido filosófico: “Nada caracteriza melhor o homem do que o fato de pensar” Aristóteles. O pensamento, a flosofia nos leva ao perfeito, ao ideal. Tudo que aqui vemos, que aqui temos são cópias imperfeitas daquilo que reside no mundo das idéias.
Corpo/alma – Esta idéia ganha maior expressão através do mito da caverna de Platão. Tudo que vemos não é real, são projeções distorcidas da realidade, do ideal. O que nos leva a pergunta, por que temos a concepção de que sendo corpo não somos perfeitos e há a alma que é perfeita?
Porque temos este desejo intríseco pelo perfeito?
Aristóteles cunha o termo entelecheia (enteles, completo, telos, fim, propósito e echein, ter) de onde de alguma forma surge a palavra Perfeição. A idéia é de alguma coisa ou força motora que em trabalho ativo para a realização de um alvo e determinado para tal, alcança toda sua potencialidade, e conseqüentemente, alcança a perfeição.
Deus?
A minha teologia, minha hermenêutica da vida, passa por estas idéias. Uma fuga equilibrada da falsa dialética e da dicotomia e uma certeza que Deus³ é um porto seguro de perfeição. Um ser que não se confunde e em si tem realizado toda a sua potencialidade de forma tal a abidicar de seu poder para acontecer na terra e nos ensinar a sermos humanos com Equilíbrio e não balançando entre DOIS LADOS ou pendendo para um4.
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¹ Ver PARADIGMAS no blog elemental O TOM DA PALAVRA.
² Ver CAIXA no blog elemental OLHAR DE ALÊ.
³ Ver DEUS NÃO É A VIDA! no blog elemental TEOANTROPOLOGIA.
4 Ver BALANÇA no blog elemental LUCASLOGIA.
2 comentários:
É isso mesmo. Quando consideramos as coisas como estanques, perdemos muito de nossa potencialidade de vida.
A separação que fazemos em nossa mente de coisa que estão juntas na realidade faz-nos pensar que somos muito entedidos. Eis o problema.
Sua idéia foi perfeita Kaleu, no âmbito eclesial vivenciamos essa dicotomia; exemplo: (o sagrado x o profano),os que dizem estarem em um graú de perfeição acabam criando esse desequilíbrio.
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