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Eu com Javé

sábado, 17 de abril de 2010

Mais que Diabo é Twitter?

O post, que é do ano passado mas ainda tem o conteúdo bem atual, foi feito e publicado por Havi Brooks no Fluent Self e traduzido por Claudia Belhassof.

Começa o grande desmascaramento

Sabe de uma coisa? As pessoas falam muitas coisas ruins sobre o Twitter, mas isso acontece porque elas estão fazendo tudo errado. Podemos culpá-las? Bem, podemos, mas, por favor, não o faça. Não é culpa delas. Eu culpo os mitos sobre o Twitter. Sim, é absurdo que algo tão novo já tenha gerado uma pilha de mitos e lendas, mas eles estão por aí – então vamos desmontá-los. É hora de desmascarar, meus amigos.

Mito #1 sobre o Twitter: É um “microblog” ou coisa parecida.

Ah, não. O Twitter não é isso. Não é um “microblog”. Ninguém diz: “Ai, ai! Sabe do que estou com vontade hoje? De microblogar!” Eca. (E, aliás, mesmo que tecnicamente houvesse algo chamado microblog, e daí? Microblog – para nós, que não somos consultores de mídias sociais – é uma palavra vazia, sem graça e sem sentido. Blargh.). De qualquer maneira, não importa se é ou não, porque todo mundo está errado e, na verdade, todo o debate enfadonho sobre “Ei, o que é o Twitter?” está completamente terminado, pois o Twitter é, no final das contas, um bar. É um bar. É aquele bar/café local que você frequenta. Um bar/café local multidimensional. *Só que é online. E às vezes você conecta pelo seu celular. É, eu sei. É o futuro; aceite-o.* Por que você frequenta o bar/café local?

Porque é a sua praia. A sua praça. É onde seus amigos estão. É onde você faz novas amizades. É onde você vai porque, às vezes, ser inteligente e divertido apenas na sua mente não leva a lugar nenhum. É sempre legal lá? Não, às vezes é uma droga. Talvez ninguém de quem você goste esteja lá. Talvez aquele novo bartender só toque músicas esquisitas. Então você vai embora. Mas volta depois porque os bons tempos são muito, muito bons.

Esse bar/café/qualquer coisa tem as pessoas mais legais do mundo e, sim, algumas que não são muito a sua praia. Ei, cabe a você escolher onde sentar. Se você sentar perto de pessoas que estão falando alto ao celular, soprando fumaça de charuto na sua cara ou dando em cima de você, sim, provavelmente o local será nojento e horrível. Se você encontrar um canto onde um grupo de pessoas inteligentes e interessantes estão conversando sobre coisas inteligentes e interessantes, o local será envolvente e aconchegante. E divertido. Se você chegar e não falar com ninguém, você deve se perguntar por que simplesmente não ficou em casa tomando sua bebida preferida. Sim, nesse caso, o local será chato. Portanto, pode ser o melhor bar do mundo ou simplesmente aquela espelunca da esquina. A escolha é sua.

Mito #2 sobre o Twitter: A ideia é responder à pergunta “O que você está fazendo?”

 

Não, não, não. Esse é um erro de proporções quase trágicas, involuntariamente perpertuado pelo infeliz sistema do Twitter. Se você tentar seguir as regras to Twitter, vai se perder rapidamente. Logo de cara eles pedem para você brincar respondendo à pergunta “O que você está fazendo?” Não responda a essa pergunta! Péssimo começo. Fail. O Twitter não é para você dizer “o que está fazendo”, do mesmo modo que as conversas no mundo real não são para você dizer “e aí, quais são as novidades?”, embora possam começar dessa maneira. Se você tentar falar sobre o que está fazendo (a menos que você esteja encaixotando um poodle ao mesmo tempo em que anda de pernas de pau com sua trupe de poodles malabaristas), quase sempre será chato.

E a primeira regra do Twitter é “Não seja chato!” Pior: você pode querer ser honesto. Pode dizer coisas como “comendo uma banana” ou “levando meu filho ao treino de futebol”. Lembro a você a primeira regra, citada ali em cima. Então, o que você deve digitar naquela pequena caixa? Bem, a pergunta que o Twitter realmente quer fazer é “O que você está pensando? Não, o que você está pensando de verdade?”

Ou: “O que você acha do que está pensando?” Ou: “Que tal deixar aquela voz na sua cabeça falar por um instante, hein?” Sabe aquela voz interior? Aquela que faz comentários sérios sobre coisas engraçadas, significativas, palhaças e profundas que você normalmente mantém para si mesmo e ninguém chega a conhecê-la? O Twitter é o novo lar dessa voz. É o local que essa voz frequenta. Porque essa voz precisa ter voz. Quero dizer, ela precisa de um bar.

Mito #3 sobre o Twitter: Ele consome muito tempo.

 

Ah, não. O Twitter não precisa ser outra ferramenta de procrastinação. Mais uma vez, acho que você está fazendo tudo errado. Bastam apenas alguns segundos para digitar alguma coisa lá. Afinal, há um limite de 140 caracteres. Depois você gasta de três a cinco minutos para ver o que as outras pessoas estão fazendo, e pronto. Normalmente é um intervalo mais curto do que o buraco sem fim do “Ah, vou dar só uma olhadinha no meu e-mail”. E aqui eu rapidamente coloco meu chapéu gigante que diz “Oi, acabei de escrever um livro sobre o fim da procrastinação” para que você confie na minha experiência no assunto. O Twitter de forma alguma é seu inimigo. Não é.É um dos poucos intervalos de boa duração que você encontra na internet.

O Twitter é uma pausa. E as pausas fazem bem à alma. Sim, ele pode consumir seu tempo. Como qualquer outra coisa. Inclusive encaixotamento de poodles. Mas, se você usá-lo com cuidado, como um entra-e-sai rapidinho, o Twitter é, na verdade, uma ferramenta de produtividade. Uma ferramenta de produtividade divertida que também funciona como a mais esquisita e mais bem-sucedida técnica de marketing de todos os tempos, além de ser um bar. Quer mais?

Mito #4 sobre o Twitter: Não há problemas em Twitterville.

 

Okay, esse é um mito que eu acabei de inventar. Um mito mítico, se você assim desejar. O Twitter está muito, muito longe de ser uma região sem problemas, mas aqui estão as três questões principais e suas soluções:

(1) Assim como em qualquer bar, existem pessoas que entram para brigar. Algumas são pessoas que realmente gostam de uma boa briga e outras são trolls malvados, cheios de ódio e que gostam de magoar as pessoas. Se você não gosta de brigas, não fique perto da mesa desse grupinho.

(2) E, como em qualquer bar, existem uns caras esquisitos que querem lhe pagar uma bebida. Você usa a linguagem do corpo para fazer com que eles se afastem (o botão de block no Twitter) e, se eles avançarem, denuncie-os a @oddfollow e ao pessoal do Twitter.

(3) E, é claro, temos a Fail Whale, a famosa baleia. Às vezes o Twitter cai, e normalmente quando você mais precisa daquele uísque ou café ou qualquer coisa metafórica e suas mãos estão tremendo. É hora de enfrentar o fato de que você está viciado no Twitter. Não se preocupe. Você não está sozinho. Pegue as bobagens que você ia espalhar pelo mundo e transforme em um post. Mais tarde o Twitter volta ao ar. Faça parte do Fail Whale Fan Club. (Não estou brincando, existe um fã clube da baleia.)

Ou você pode simplesmente ir até o site IsTwitterDown.com e apertar o botão de refresh várias vezes seguidas, como um rato pulando por uma bolinha de comida apetitosa. Todos passamos por isso. Não se preocupe. Você vai ficar bem. Vejo você na happy hour, viu? Se quiser me seguir, meu username é @havi. Só para você saber, às vezes eu falo coisas terrivelmente inadequadas que eu jamais diria aqui. Porque o Twitter é um bar. E também é meu local favorito na internet. É onde aquela voz na minha cabeça gosta de ficar. E eu normalmente vou aonde ela vai. Se você quiser que eu o siga, fale sobre poodles. Ou puxe assunto. Eu não mordo.

Agradecimentos especiais a Laura Fitton (@pistachio), que acidentalmente inspirou este post por ser uma pessoa muito legal.

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